1 É simples desentortar/
a cara do substantivo regra/
é simples pisar na grama/
e desobedecer o que resta da palavra pai.
É simples cuspir para o alto/
como se a eternidade pudesse se esquecer de si mesma/
assolada pela palavra labirinto/
longe muito longe sem lugar.
2 Dois homens roubaram do tempo/
o tempo da vertigem escura/
que rastejava o vazio da hora/
semente em tremor em seiva bruta.
Dois homens ventavam a solidão/
da chuva que derrubava os copos/
sentados à beira do abismo/
com sede de frio e dor.
3
Sempre que piso em ovos/
furto das trevas o que não é/
castigado por este tremor inclemente/
que trafega em meus dias inúteis.
São marcas na alma que assim marcha/
no pântano ardendo como a chama/
que toma para si o abandono/
de ruas e becos espremidos.
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
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Meu poeta,
ResponderExcluirVocê brinca com as palavras e elas parecem fluir como água limpa e transparente. Parabéns pelos poemas.
Sua amiga,
Sandra