1 preciso de um tanto/
de coisa alguma em minha alma/
como quem come biscoitos estragados/
enquanto a hora não passa.
preciso de um relógio/
quebrado na indiferença dos séculos/
para zombar do tempo/
ao andar sempre de costas para o sol.
2 minha fé é a fé dos loucos/
que dormitam em meus pesadelos de sempre/
em mim apodrecem todas as certezas/
quando jogo cartas na praça.
cansei de dizer aos homens/
as coisas de sempre e me perdi/
e uma torrente de palavras tomou de assalto/
o que restava de meu nada num corredor escuro.
3 minha morte é a de todos/
que abrem ou fecham portas/
e que se atiram num lago seco/
sorvendo a lama do instante.
sujos de cara limpa/
em suas almas empalhadas por demônios/
eles que agora entoam uma canção antiga/
ao lado dos porcos que ruminam a palavra cansaço.
segunda-feira, 11 de maio de 2009
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