domingo, 8 de novembro de 2009

POEMAS AVULSOS


1
Veneno é bom/
de manhã bem cedo/
misturado com aveia/
e sangue e pus.

É bom esticar as pernas/
e tentar beijar as solas dos pés sujos/
e tentar abafar o instante maligno/
com o terror que possa ser sugerido pela palavra nó.


2

Ontem morri mais uma vez/
dobrei as camisas/
e furei os olhos/
e pude guardar meus orgãos
na palavra cemitério.

Meus parentes agora habitam as catacumbas/
e morrem do medo da palavra medo/
e lá estão embalsamados por tamanho desalento/
sussurrando sua vileza na hora inútil.


3
Rimas Apodrecidas


Maçã e anciã/
com as barbas de molho/
e por isso me encolho/
de mal com a vida/
e assim tiro a casca/
quando a besta masca/
a palavra ferida/
e assim ela não vai/
ela fica/
e a casa cai/
e a tal banana nanica/
é então consumida/
vorazmente/
pelo desespero sem tempero/
da palavra mente.

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